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nós os justapomos depois nos quadros geométricos do espa-
ço claro. Fazemos, assim, do sonho uma anatomia com peças
mortas. Perdemos, desse modo, a possibilidade de estudar
todas as funções da fisiologia do repouso. Das transforma-
ções oníricas retemos somente as estações. E, no entanto,
é a transformação, são as transformações que fazem do
espaço onírico o lugar mesmo dos movimentos imaginados.
Compreenderíamos talvez melhor esses movimentos
íntimos, de ondulações e vagas inumeráveis, se pudéssemos
designar e distinguir as duas grandes marés que, alterna-
damente, nos conduzem ao centro da noite e em seguida
*TraduçãodeJosé AméricoMoitaà atividade do dia. Porque a
nosrestituemàclaridadeePessanha.
160 O DIREITO DE SONHAR
noite do bom sono possui um centro, uma meia-noite psí-
quica onde germinam virtudes de origem. E é, de início,
em direção a esse centro que o espaço onírico se retrai, como
é a partir desse centro que, era seguida, o espaço se dilata
e se estrutura.
Impossibilitado de, num curto artigo, indicar todos
os refluxos de um espaço que incessantemente diminui ou
cresce, que incessantemente busca o minúsculo e o infinito,
notemos, em seu conjunto, a diástole e a sístole do espaço
noturno ao redor do centro da noite.
II
Mal entramos no sono e o espaço se amortece e ador-
mece adormece um pouco antes de nós mesmos, per-
dendo suas fibras e seus liames, perdendo suas forças de
estrutura, suas coerências geométricas. 0 espaço onde vamos
viver nossas horas noturnas não possui mais lonjura. É a
síntese muito próxima das coisas e de nós mesmos. Ao so-
nhar com um objeto, entramos nesse objeto como em uma
concha. Nosso espaço onírico tem sempre um coeficiente
central. Algumas vezes, em nossos sonhos de vôo, acredita-
mos ir bem alto, mas somos então apenas um pouco de
matéria volante. E os céus que escalamos são céus inteira-
mente interiores desejos, esperanças, orgulhos. Ficamos
demasiadamenle espantados com a extraordinária viagem
para fazer dela uma ocasião de espetáculo. Permanecemos
o próprio centro de nossa experiência onírica. Se um astro
brilha, é aquele que dorme que se estrela: um pequeno
brilho sobre a retina adormecida desenha; uma efêmera
constelação, evoca a confusa lembrança de uma noite
estrelada.
Justamente : nosso espaço adormecido torna-se logo a
autonomia de nossa retina, na qual uma química minúscula
desperta mundos. Assim, o espaço onírico tem por fundo
um véu, um véu que se ilumina por si mesmo em raros
instantes em instantes que se tornam mais raros e mais
fugidios à medida que a noile penetra mais profundamente
nosso ser. Véu de Maia não lançado sobre o mundo, mas
O ESPAÇO OiMRlCO ,
[6
lançado sobre nós mesmos pela noite benfazeja, véu de
Maia tão grande quanto uma pálpebra. E que densidade
de paradoxos, quando imaginamos que essa pálpebra,
que esse véu-limite pertence à noite tanto quanto a
nós mesmos! Parece que quem dorme participa de uma
vontade de ocultaçao, de uma vontade da noite. É necessário
partir daí para compreender o espaço onírico, o espaço feito
de essenciais envoltórios, o espaço submetido à geometria e
à dinâmica do envolvimento.
Então os olhos possuem, deles próprios, uma vontade
de dormir, uma vontade pesada, irracional, schopenhaueria-
na. Se os olhos não participam dessa vontade universal de
sono, se os olhos se lembram das claridades do sol e das
minuciosas cores das flores, o espaço onírico não conquistou
seu centro. Conserva ainda longitudes demais, é o espaço
quebrado e turbulento da insõnia. Permanece nele a geome-
tria do dia, uma geometria que, sem dúvida, afrouxa seus
laços e que, conseqüentemente, torna-se ridícula, falsa, ab-
surda . Sonhos e pesadelos ficam então tão distantes das
verdades da luz quanto da grande sinceridade noturna.
Para dormir bem é necessário seguir a vontade de envol-
vimento, vontade de crisálida, seguir até seu centro, na
suavidade das espirais bem enroladas, o movimento envol-
vente; enfim, o essencial é se tornar curvo, circular
evitando os ângulos e as arestas. Os símbolos da noite são
comandados pelas formas ovóides. Todas essas formas oblon-
gas ou redondas são frutos onde germes vêm amadurecer.
Se tivéssemos espaço para isso, após o relaxamento dos
olhos descreveríamos aqui o relaxamento das mãos que, tam-
bém elas, recusam os objetos. E quando nos lembrarmos
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